domingo, 7 de agosto de 2011

Textos 2011

Além da boa governaça

03 de Agosto de 2011 - por Antony Mueller A crise da dívida soberana na Europa e a disputa nos Estados Unidos sobre o teto da dívida do governo federal têm um significado que transcende a política atual. Esses acontecimentos denotam o fim de uma era. A crise financeira da atualidade assinala o fim da época do estado intervencionista de bem-estar social. Segundo sua própria natureza, este sistema é insustentável porque depende de um endividamento perpétuo do setor público. O fim do estado intervencionista de bem-estar social está marcado pela falência financeira do estado. 
A moeda comum europeia - o euro - está nas manchetes. O leitor da imprensa pode ter a impressão de que o acordo cambial comum do euro de 17 das 27 nações que formam a União Europeia está prestes a desmoronar. Não poucos artigos insinuam que quase toda a Europa está à beira do colapso devido à crise da dívida na Grécia e de alguns outros países que formam a zona euro.

Atualmente existe quase um consenso entre os banqueiros centrais de que a deflação deve ser evitada a todo custo. No entanto, quando um indivíduo aleatoriamente escolhido é perguntado se prefere os preços mais altos ou mais baixos para as coisas que compra, certamente responderá que os preços baixos são preferíveis.
O termo "inflação" é impreciso. O significado comum de "inflação" hoje em dia é um aumento geral do nível de preços. Neste contexto, o oposto da inflação seria "deflação", enquanto "estabilidade dos preços" significa uma situação em que o nível de preços não se move. Nenhum desses termos é um conceito exato. "Inflação", "deflação" e "estabilidade dos preços" são construções estatísticas e, como tais, sofrem de imprecisão e estão sujeitas a várias técnicas de apresentação.
A grande maioria dos livros didáticos de macroeconomia moderna trata as questões do crescimento econômico e do desenvolvimento como um problema da acumulação de capital e do progresso tecnológico. Mas essa limitação é deficiente, pois deixa de fora o papel do empreendedor como o principal agente da promoção do progresso econômico.

Uma característica da macroeconomia quantitativa moderna é o alto nível da agregação das variáveis de modelo. Para John Maynard Keynes (1883-1946) e os seus discípulos, é comum modelar investimentos como um aumento do estoque de capital. Nessa tradição, se reduz o complexo desafio de acertar o investimento justo a uma simples adição aritmética – nem o investimento nem o capital possuem uma estrutura interna.

Parece que o paradigma predominante da metodologia científica nas ciências sociais tem pouco a ver com a realidade da nossa vida social, a prática política e a administração pública. Parece que os próprios universitários, políticos e administradores não se dão conta dessa conexão. Mas na verdade o uso do certo modelo epistemológico mostra-se crucial para os resultados gerados por uma pesquisa, bem como para a maneira como se pratica política e para a forma da administração pública.
A teoria do valor pode aparecer como algo esotérico, que é melhor deixarmos para livros didáticos e na sala de aula. No entanto, essa opinião é bem errada. A teoria do valor é uma das determinantes mais fortes quando se pensa sobre a economia, a sociedade e a política.

O que está por trás da guerra cambial?
por , quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011 
Em setembro de 2010, pouco antes da conferência financeira internacional realizada pela cúpula do Grupo dos Vinte (G20) na Coréia do Sul, o ministro da fazenda Guido Mantega declarou que o mundo está vivenciando uma "guerra cambial", em que "desvalorizar as moedas artificialmente tornou-se uma estratégia global". 

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