quinta-feira, 23 de junho de 2022

Box rebellion

 

June 20, 1900: "In response to widespread foreign encroachment upon China’s national affairs, Chinese nationalists launch the so-called Boxer Rebellion in Peking. Calling themselves I Ho Ch’uan, or “the Righteous and Harmonious Fists,” the nationalists occupied Peking, killed several Westerners, including German ambassador Baron von Ketteler, and besieged the foreign legations in the diplomatic quarter of the city.
By the end of the 19th century, the Western powers and Japan had forced China’s ruling Qing dynasty to accept wide foreign control over the country’s economic affairs. In the Opium Wars, popular rebellions, and the Sino-Japanese War, China had fought to resist the foreigners, but it lacked a modernized military and suffered millions of casualties. In 1898, Tzu’u Hzi, the dowager empress and an anti-imperialist, began supporting the I Ho Ch’uan, who were known as the “Boxers” by the British because of their martial arts fighting style. The Boxers soon grew powerful, and in late 1899 regular attacks on foreigners and Chinese Christians began.
On June 20, 1900, the Boxers, now more than 100,000 strong and led by the court of Tzu’u Hzi, besieged the foreigners in Peking’s diplomatic quarter, burned Christian churches in the city, and destroyed the Peking-Tientsin railway line. As the Western powers and Japan organized a multinational force to crush the rebellion, the siege of the Peking legations stretched into weeks, and the diplomats, their families, and guards suffered through hunger and degrading conditions as they fought to keep the Boxers at bay. On August 14, the international force, featuring British, Russian, American, Japanese, French, and German troops, relieved Peking after fighting its way through much of northern China.
Due to mutual jealousies between the powers, it was agreed that China would not be partitioned further, and in September 1901, the Peking Protocol was signed, formally ending the Boxer Rebellion. By the terms of agreement, the foreign nations received extremely favorable commercial treaties with China, foreign troops were permanently stationed in Peking, and China was forced to pay $333 million dollars as penalty for its rebellion. China was effectively a subject nation." - history.com
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quarta-feira, 8 de junho de 2022

Família real

 Frame de um vídeo caseiro mostra a futura rainha do Reino Unido, Elizabeth II, fazendo a saudação nazista. O filme foi produzido em 1933, quando Elizabeth tinha sete anos de idade. Nas imagens, ela aparece acompanhada da irmã Margaret, da mãe, a rainha consorte Elizabeth Bowes-Lyon, e do tio Eduardo VIII, Príncipe de Gales e Duque de Windsor. Todos fazem a saudação, exceto a pequena Margaret.

O filme tem duração de 17 segundos e foi produzido no mesmo ano em que Adolf Hitler ascendeu ao cargo de chanceler da Alemanha. As imagens mostram a família real britânica brincando com um cachorro nos jardins do Castelo de Balmoral, na Escócia. Em um dado momento, a rainha-mãe levanta o braço realizando a saudação nazista. Eduardo VIII a imita e ambos incitam as crianças a repetirem o gesto. As imagens do filme foram publicadas em julho de 2015 pelo jornal The Sun. A família real britânica reagiu com indignação, questionando como o periódico teve acesso a um vídeo do seu acervo pessoal e afirmando que a publicação desconsiderava o contexto histórico: "Ninguém nesse momento tinha ideia de como evoluiria o nazismo (...). Essa é uma família brincando e, num momento, fazendo referência a um gesto que muitos tinham visto nas notícias", afirmou o porta-voz do Palácio de Buckingham.
Malgrado as explicações, a historiografia mostra que as ligações entre a família real britânica e o nazismo iam muito além desse vídeo. É fartamente documentada a simpatia que o príncipe Eduardo VIII, registrado no vídeo, nutria pelo nazismo. Eduardo chegou a ocupar o trono britânico em 1936, mas abdicou da coroa em favor de seu irmão, Jorge VI, para poder se casar com Wallis Simpson, a Duquesa de Windsor, uma socialite estadunidense que também nutria fervorosa admiração pelo "Führer" - e que teria sido, segundo relatado pelo Duque de Württemberg, ex-amante de Joachim von Ribbentrop, ministro das relações exteriores da Alemanha Nazista em Londres. Em 1937, Eduardo e Wallis visitaram a Alemanha a convite de Adolf Hitler, que os recepcionou em sua casa de campo em Obersalzberg. Durante a viagem, o duque britânico distribuiu saudações nazistas e elogios ao regime hitlerista, que definiu como "um baluarte da luta contra o comunismo", chegando propor uma aliança entre Reino Unido e Alemanha contra a União Soviética.
Documentos encontrados no Castelo Marburg, em Hesse, revelam que os nazistas chegaram a orquestrar um plano para cooptar apoio oficial de Eduardo VIII à causa nazista e restabelecê-lo como monarca do Reino Unido no lugar de seu irmão. Uma outra correspondência direcionada a Francisco Franco, publicada pelo diplomata espanhol Javier Bermejillo, revela que Eduardo VIII declarou ansiar por um bombardeio nazista contra a Inglaterra, de forma a assegurar a vitória nazista na Segunda Guerra Mundial. Alertado pelo FBI de que o Duque de Windsor e sua esposa estariam ajudando Hitler com o repasse de informações confidenciais durante a guerra, o próprio Winston Churchill tratou de afastá-los das missões militares, enviando-os para as Bahamas. Décadas mais tarde, Eduardo VIII negaria em sua biografia que fosse um simpatizante nazista, mas costumava dizer para pessoas próximas que Hitler "era uma pessoa boa", que fez "um ótimo trabalho na Alemanha" e que as críticas que lhe dirigiam eram "calúnias inventadas por judeus".
O irmão de Eduardo VIII, Jorge VI, também nutria simpatia pelo nazismo, mas era mais cauteloso e reservado em seus posicionamentos públicos, limitando-se a apoiar a política colaboracionista de Neville Chamberlain e criticar as lideranças britânicas que advertiam sobre a ameaça nazista. Boa parte da aristocracia britânica que compunha o círculo imediato da família real simpatizava com o nazismo. É o caso de Lorde Londonderry, Henry Channon e das famílias Mitford, Westminster, Wellington, Buccleuch, Bedford, Marlborough e Hamilton. Alguns empresários e aristocratas como o Duque de Wellington tinham ligações tão estreitas com os nazistas que tiveram de ser interditados durante a Segunda Guerra por motivos de segurança.
Conforme relatado pelos historiadores John Harris e Richard Wilbourn em sua obra sobre Rudolf Hess, vice-líder do Partido Nazista, outro irmão de Eduardo VIII, o príncipe Jorge, também tinha ligações com os nazistas e chegou a se envolver na articulação de um golpe de Estado para remover Winston Churchill do cargo de primeiro-ministro e forjar um tratado de paz com a Alemanha. Os historiadores alegam que a articulação com o príncipe Jorge teria sido o motivo de Hess ter viajado para a Escócia em 1941. O ramo alemão da família real britânica também estava repleto de nazistas. Um dos mais notáveis era Carlos Eduardo, neto da rainha Vitória, detentor do título de Duque de Saxe-Coburgo-Gota. Carlos Eduardo foi filiado ao Partido Nazista e membro da Sturmabteilung, uma milícia paramilitar hitlerista. Frequentador assíduo do Palácio de Buckingham, Carlos Eduardo ocupou diversos cargos de destaque no Terceiro Reich e era considerado um ativo fundamental por Adolf Hitler, que chegou a alertar seus subordinados em um telegrama sobre a necessidade de impedir que o duque fosse capturado pelos inimigos.
O marido de Elizabeth II, príncipe Philip, Duque de Edimburgo, também pertencia a uma família aristocrática com vínculos nazistas. Três de suas irmãs foram casadas com príncipes alemães ativos no Partido Nazista. Sofia, princesa da Grécia e da Dinamarca, era casada com Cristóvão, Conde de Hesse-Cassel, que foi chefe do serviço secreto de Hermann Göring, ajudante de Heinrich Himmler e membro dos esquadrões de morte da Schutzstaffel, a SS. Cristóvão também era irmão de Filipe de Hesse-Cassel, um dos mais importantes aristocratas ligados à cúpula do Partido Nazista, que ajudou a coordenar o programa de eutanásia Aktion T4, responsável por assassinar quase 300.000 pessoas com deficiência física ou intelectual. A mãe de Cristóvão e Filipe era uma apoiadora entusiasmada do nazismo e mantinha uma bandeira com a suástica hasteada na fachada de seu castelo.
As outras duas irmãs de Filipe eram Teodora e Cecília. Teodora era casada com Bertoldo, Marquês de Baden, que fez parte dos quadros da Wehrmacht, as Forças Armadas da Alemanha Nazista. Cecília e seu marido, o Grão-Duque Jorge Donatus, eram ambos filiados ao Partido Nazista. O casal morreu em um acidente aéreo em 1937. Há uma fotografia do príncipe Philip no funeral dos dois, onde aparece ao lado de nazistas uniformizados e próximo aos caixões cobertos com suásticas.
É provável que as ligações entre a família real britânica e os nazistas tenham sido muito mais próximas e amigáveis do que se sabe. Os documentos dos arquivos reais referentes às relações entre os Windsor, seus parentes alemães e os nazistas permanecem até hoje confidenciais e inacessíveis, mesmo após repetidos apelos de parlamentares e historiadores pela liberação. A historiadora alemã Karina Urbach afirma que os documentos mais comprometedores provavelmente foram destruídos após 1945, para evitar a criminalização de membros da família real nos processos legais do pós-guerra.
Dessa forma, talvez nunca tenhamos elementos factuais que permitam estabelecer de forma fidedigna a profundidade dos vínculos entre a família real britânica e o nazismo. Resta especular se aquelas outras fotografias reveladas pelo The Sun em 2005, mostrando o príncipe Harry, caçula de Charles e Diana, fantasiado de soldado nazista e portando uma braçadeira com suástica, são meros indicativos de um escolha de traje infeliz ou sintomas da persistência de valores inconfessáveis e obscuros no seio da família real.
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