terça-feira, 10 de junho de 2014

A arte da mentira política

“A arte da mentira política”, Jonathan Swift


Tradução de “The Art of Political Lying”,
publicado no #14 do jornal
The Examiner,
em 09 de novembro de 1710. 1
Fui pressionado, pela impertinácia de meus amigos, a interromper o esquema que tinha iniciado em meu último texto, em troca de um ensaio sobre a Arte da Mentira Política. Dizem que o diabo é o pai da mentira, e que ele era um mentiroso desde o início; portanto, sem contradições, a invenção já é antiga: e, o que é pior, seu primeiro ensaio foi puramente político, empregado em solapar a autoridade de seu príncipe e seduzir um terço dos súditos para que abandonassem sua obediência: motivo pelo qual ele foi jogado, à força, para fora do céu, onde (como expressou Milton) fora vice-rei de uma grande província ocidental; e forçado a exercer seu talento em regiões inferiores, entre outros espíritos caídos, homens pobres ou desiludidos, que ele ainda diariamente tenta para o seu próprio pecado, e assim sempre o fará, até que seja finalmente acorrentado no poço sem fundo.
Mas o diabo, apesar ser o pai da mentira, parece, assim como outros grandes inventores, ter perdido muito de sua reputação pelas contínuas melhorias feitas depois dele.
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