São Paulo - Em 30 de março, o americano matthew Rognlie, de 26 anos, deixou de ser um número. Até aquele momento, ele era só mais um entre cerca de 600 000 estudantes de pós-graduação dos Estados Unidos. Apenas um dos 129 alunos do curso de doutorado em economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, conhecido pela sigla em inglês MIT.
Naquela sexta-feira, Rognlie ganhou luz própria ao dar uma palestra na Brookings­ Institution, um dos centros de pesquisa de maior prestígio de Washington. Foi a primeira vez que um aluno de Ph.D. em economia apresentou um trabalho no lugar onde costumam se reunir chefes de Estado, ministros e grandes nomes do meio acadêmico.
Como acontece em várias áreas da vida, na economia também é possível medir o sucesso de alguém pelas pessoas que param para ouvi-lo. Na seleta plateia reunida por Rognlie estavam Robert Solow, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1987 e considerado o pai da teoria do crescimento econômico; George Akerlof, ganhador do Nobel em 2001 e marido de Janet Yellen­, atual presidente do Fed, o banco central americano; e Olivier Blanchard, o respeitado economista-chefe do Fundo Monetário Internacional.
“Fiquei um pouco tenso no início, achando que não conseguiria dizer tudo no tempo que tinha, mas, no fim, saiu tudo como o planejado”, diz Rognlie. Aquele era o grande dia de Rognlie, mas todos estavam lá porque sua palestra era uma feroz — e elegante — crítica ao trabalho de um economista que não estava presente: o francês Thomas Piketty.
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