Hitlodeu — Para que realmente sejam curados [os males] e [os enfermos] recuperem a boa saúde, não existe absolutamente esperança enquanto houver propriedade privada. Do contrário, enquanto te dedicas ao cuidado de uma parte, exasperas as feridas das outras e assim mutuamente nasce de uns o remédio e de outros a doença, quando nada desse modo pode ser dado a alguém que não tenha sido tirado de outrem.
Th. Morus — Para mim, parece o contrário. Onde tudo seja comunitário, aí nunca se poderá viver com comodidade, pois de que modo, cada qual abstendo-se do trabalho, haverá disponibilidade de fartura? Como é possível a alguém que o motivo do lucro não o estimule e a certeza de poder pegar carona no trabalho alheio não o torne preguiçoso? E quando, além disso, sejam estimulados pela escassez, mas a propriedade do que quer que tenha sido adquirido em transações não possa ser garantida por qualquer lei, não se seguirão necessariamente perpétuas matanças e desordem pública? Suprimidos, principalmente, a autoridade e o prestígio dos magistrados, que possa existir um lugar em meio a homens entre os quais nenhuma desigualdade existe, não sou capaz sequer de imaginar.
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