quinta-feira, 10 de abril de 2014

Zygmunt Bauman

fev
2014
Zygmunt Bauman: vivemos o fim do futuro
por Luís Antônio Giron/Época
"Para mudar o mundo, os jovens precisam trocar
o mundo virtual pelo real"
- Zygmunt Bauman
Esta semana (16), o Fronteiras do Pensamento divulgou uma fala de Edgar Morin em que o filósofo francês argumenta que estamos vivendo o fim do futuro. Para Morin, a sociedade percebeu a ambivalência da ciência, da razão, da técnica e da economia e perdeu a crença nestes enquanto guias da humanidade: "A crise do futuro, a crise do progresso. A perda do futuro é muito grave porque, quando se perde a esperança no futuro surge uma sensação de angústia e de neurose", afirma Morin. 
Universitat Oberta de CatalunyaA revista Época publicou, também esta semana (19), uma entrevista exclusiva com o filósofo polonês Zygmunt Bauman. Na conversa com o editor de cultura da Época, Luís Antônio Giron, Bauman, considerado um dos pensadores mais eminentes do declínio da civilização, fala sobre como a vida, a política e os padrões culturais mudaram nos últimos 20 anos.
As instituições políticas perderam representatividade porque sofrem com um “deficit perpétuo de poder”. Na cultura, a elite abandonou o projeto de incentivar e patrocinar a cultura e as artes. Segundo ele, hoje é moda, entre os líderes e formadores de opinião, aceitar todas as manifestações, mas não apoiar nenhuma. Leia a entrevista abaixo ou confira no site da Época. Ao final do texto, acrescentamos a entrevista exclusiva que Bauman concedeu a Fernando Schüler e Mário Mazzilli, na Inglaterra, para o Fronteiras do Pensamento.
Veja também:
- Edgar Morin: a perda do futuro e a necessidade de identidade
- Leia mais perguntas a Bauman na Época: "A cultura é um campo de batalha e um parque de diversões"
- Assista à conferência de Mario Vargas Llosa no Fronteiras, A civilização do espetáculo
Entrevista Zygmunt Bauman: "Vivemos o fim do futuro"
por Luís Antônio Giron para Época (19/02/2014)
Época: De acordo com sua análise, as pessoas vivem um senso de desorientação. Perdemos a fé em nós mesmos?
Zygmunt Bauman:
Ainda que a proclamação do “fim da história” de Francis Fukuyama não faça sentido (a história terminará com a espécie humana, e não num momento anterior), podemos falar legitimamente do “fim do futuro”. Vivemos o fim do futuro. Durante toda a era moderna, nossos ancestrais agiram e viveram voltados para a direção do futuro. Eles avaliaram a virtude de suas realizações pela crescente (genuína ou suposta) proximidade de uma linha final, o modelo da sociedade que queriam estabelecer. A visão do futuro guiava o presente. Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro. Fomos repelidos pelos atalhos do dia de hoje. Estamos mais descuidados, ignorantes e negligentes quanto ao que virá.

Época: Segundo o senhor, a decadência da política acontece desde o século passado. A situação piorou agora? 
Zygmunt Bauman:

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